segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Scared of Lonely


I'm in this fight and I'm swinging and my arms are getting tired
I'm trying to beat this emptiness but I'm running out of time
I'm sinking in the sand and I can't barely stand
I'm lost in this dream, I need you to hold me
I'm scared of lonely

I try to be patient but I'm hurting deep inside
And I can't keep waiting, I need comfort late at night
And I can't find my way, won't you lead me home?
'Cause I'm lost in this dream, I need you to hold me

I'm scared of lonely
And I'm scared of being the only shadow I see along a wall
And I'm scared of the only heart beat I hear beating is my own
And I'm scared of being alone, I can't seem to breathe
When I am lost in this dream, I need you to hold me
I'm scared of lonely, I'm scared of lonely

I cry at night 'cause my baby's too far to be by my side
To wipe away these tears of mine so I hold my pillow tight
To imagine you I'll stretch your hand looking for mine
'Cause I'm lost in this dream, I need you to hold me

I'm scared of lonely
And I'm scared of being the only shadow I see along a wall
And I'm scared of the only heart beat I hear beating is my own
I'm scared of being alone, I can't seem to breathe
When I am lost in this dream, I need you to hold me

I need your break when nobody is around
'Cause I'm tired of this emptiness
I think I'm drowning, I can't be lonely
And I'm lost in this dream, I need you to hold me

I'm scared of lonely
And I'm scared of being the only shadow I see along a wall
And I'm scared of the only heart beat I hear beating is my own
And I'm scared of being alone, I can't seem to breathe
When I am lost in this dream, I need you to hold me

I'm scared of lonely
And I'm scared of be the only shadow I see along a wall
And I'm scared of the only heart beat I hear beating is my own
And I'm scared of being alone, I can't seem to breathe
When I am lost in this dream, I need you to hold me
I'm scared of lonely, I'm scared of lonely


domingo, 15 de novembro de 2009

Ensaio da Consciência

Olha-te… olha-te ao espelho! Então que fizeste tu desta vez? Claro… deixa-me adivinhar, chegas-te ao ponto de fazer porcaria outra vez! Só podia. Tu não aprendes rapaz? Sim, desculpas e mais desculpas. Que coitadinho que tu és!

Tu és um pobre desgraçado desta sociedade, não é verdade? Deixa cá ver… a tua vida não serve para nada, julgas que só prejudicas outros e simplesmente só por existires, sofres tormentosamente todo o santo dia. Tristeza! Já devias ter crescido, afinal que idade tens tu, uns meros dezassete anos, ora não deverias já ter estabelecido uma diferença entre o que é certo e o que é errado? As crianças pequenas é que não sabem isso, têm apenas o seu conhecimento empírico, esse saber tão baseado no senso comum.

Diz-me lá rapaz, essas olheiras que te impregnam a pele são os reflexos das asneiras que tens feito, são a tua forma de expressar um desejo de decessa, ou simplesmente estimas dizer que és um miserável? Sabes… quem sofre de coita são os românticos meu querido, portanto vê-la se te levantas dessa cama e se cessas esse choro inútil, aqui não há lugar para fracos. Que dizes? És fraco? Julgas que me aflige. Oh… mas que pena que eu fruo de ti, de ti e de tantos outros como tu! Lou Andreas –Salomé compreender-te-ia bem, não é verdade? "Se deixo errar meus pensamentos, não encontro ninguém. O melhor, afinal de contas é a morte." Os amargurados, desafortunados e condenados da sociedade, não é? Lá neles estarias tu bem. Deixa-te de coisas. Começo a ficar farto!

Guarda esses teus “oh meu Deus” para ti, essas preces tão tradicionalmente portuguesas, sim porque tu és daqueles típicos portugueses, só não ouves o fado, contudo sofre-lo como qualquer outro.

Já não quero saber, não tens qualquer interesse, padece lá esse teu sofrimento, enfia-te nesses lençóis quentes, nessa tua prisão, ai ninguém te encontra, não é? Fracassado! Quando daí saíres tudo vai cá estar, mas até lá… ilude-te então, droga-te nessas substâncias para o sono, são boas não são? Levam-te ao escuro. Que dizes, tu não tens amigos? Claro, depois de tudo o que tu fazes esperas que eles aqui continuem, esperando por ti, observando meticulosamente cada passo teu? Acorda para a vida rapaz ou então deixa-te adormecer na morte. Já me cansei de toda esta repetição de ideias e ideais.

Tu não vales nada! Ponto. Fica-te então nesses locais, eu vou viver a minha vida!

Gonçalo Camões

15/11/2009

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Criticar

Prometes coisas que não consegues cumprir, falas de mim sem saberes nada a meu respeito, pondo-me assim nas bocas do mundo, sem pensares um bocadinho em como isso me vai afectar ou agredir, apenas te interessa o teu bem, e justificas o meu através de quantias monetárias que me dão um local onde viver. Fazes-me acreditar em cada palavra que proferes, e quando creio em ti e sou sincero feres-me sem dó, nem piedade e fazes-me arrepender do pouco que desafoguei contigo.

Sou criticado pelos meus actos, e por mais vontade que tenha, nunca faço um julgamento à tua pessoa, enquanto tu pensas e conjecturas sobre as minhas acções e crias ecos internos provenientes da tua cabeça, que ditam que eu sou uma coisa que não sou. Certamente posso dizer que não me conheces, e até te digo mais… o sentimento é mútuo, porque desde algum tempo que eu posso afirmar que não conheço aquela personagem que estava presente a quem eu chamava pai.

Ainda me lembro da minha infância quando entrava pela porta uma figura paterna e me agarrava ao colo e me segredava “vamos brincar?”. Era tão feliz sabes? Brincava com os meus carrinhos, e nunca me esquecia da regra “Quando acabares de brincar vais arrumar”. E as vezes que ia para a rua andar de bicicleta contigo? Não me esqueço, mas isso era quem tu representavas no passado, depois começaste a mudar, não inteiramente por tua culpa, reconheço-o, mas se tu mudas-te não podes impedir que eu reforme também e que cresça, porque tal como tu já não és aquele pai, eu já não sou aquele filho, cresci, tento aprender com os meus erros e, acima de tudo, esforço-me para vencer na vida.

Não te peço que acredites em mim, aliás, acho que nunca o farás, pois a minha palavra nunca há-de ser a mais forte, e tu tens com toda a razão motivos para assim agires. Uma coisa é certa, todos nós erramos, uns mais que os outros, e tal como a frase diz “Errar é humano!” Contudo há uma grande diferença entre nós neste ponto, eu admito os meus erros, e esforço-me para não os repetir, tu admites os teus, mas, no entanto, não te avigoras para não os renovares. Apesar de tudo o que mais custa nem é isso, o que mais custa é acreditar na tua palavra, aquela palavra de um acordo feito, aquela que afirmaste de forma tão sincera, tão veracíssima com qual eu acordei, para depois de tudo a quebrares. Isso sim dói, dar-mos um bocado de nós e cortarem-no. Tomei aquela atitude porque tive as minhas razões, e por ser a pior acção que fiz até hoje, castiguei-me a mim mesmo ao sentir-me a pior pessoa do mundo, não só pela desilusão que criei nos outros, mas também pela desilusão que criei em mim mesmo, pois não acreditava ser capaz de tal coisa. Puni-me interiormente, ninguém sabe como me sinto, e apesar de expor um sorriso, não é o que me vai na alma. Pedi desculpas pelo meu feito, achando que isso não era suficiente para tal erro. Rebaixei-me perante ti, por saber o mal que tinha gerado e tu não me castigaste devido à minha sinceridade. Fizeste um acordo, que mal eu virei costas quebraste. Diz-me, preocupaste-te comigo ou aquilo em que te afogas é mais forte que eu?

És conhecido como ditador, e assim tu te nomeias. Não acho que o sejas, acho que apenas queres dar educação e respeito, mas já vens tarde, esse tempo já passou, agora cresci e tu nem deste conta de tal acontecimento. És exacerbadamente a favor do respeito mútuo, mas quando te questiono acerca de algo não reconheço um centavo da tua parte, pelo menos não o sinto. Não me podes exigir uma coisa que tu não padeces por mim.

Dizes ter orgulho de mim, e saberes que eu sou uma pessoa inteligente, mas ages de forma contrária e repreendes os meus actos. Deveria alguém sendo o que eu represento para ti molestar-se de tal forma? Não te compreendo, nem compreendo as tuas acções, apenas sei que me atormentam. Deveria apreende-las?

Os tempos pioram, as nossas acções também e, cada vez, estamos mais distantes, não tenho esperanças que melhorem, já as perdi. Consegues explicar-me como foi isto acontecer?

Se me escondo, se me enclausuro e se me fecho no meu mundo não me podes censurar, foste tu que criaste tal criatura. Sei que não aprovas as minhas escolhas, mas nem todos podemos ter o que queremos, e eu apenas estou a lutar por aquilo que me vai trazer felicidade, e que não me vai levar a bater no fundo.

Criticas todos sem nunca olhares para ti, achas que tens desculpa por nos dares um tecto em que viver, a mim, à mãe e ao mano… nunca consegues ver um único ponto positivo em nós. Eu pelo contrário vejo-os e tento apelar ao teu senso para que tu os vejas, mas para ti as conotações negativas são mais importantes.

Se achas que digo isto porque te quero mal enganas-te, apenas o digo porque me preocupo com a tua pessoa e porque apesar de todas as tuas acções eu apresento sentimentos por ti. Não tenho que mais dizer e por isso mesmo termino o meu discurso.

Gonçalo Camões

6.01.2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Le Souffle

Hoje acordei frustrado, irado, descontente
Não quero enfrentar o dia lá fora
Não quero ver gente! Deixem-me só!
Sozinho com os meus cigarros.

Hoje não quero ver-te sorrir,
Não quero ver-te rir de meu descontentamento,
Pelo contrário, quero que sofras meu tormento!
E não te gabes! – Este desabafo não te é dedicado.

Hoje punjo na mira deste ser irado
Critico teus amores, enquanto tu com estes falas,
Obviamente excluindo-me de tal clube!
Eu! – O menos importuno e obsessivo.

Hoje deixei de acreditar em ti
Reformei meu estado de espírito,
Cheguei à conclusão de que pouco te importa
Se morro, ou se minh’alma está só.

Hoje não espero por teu apelo à meia-noite,
Não quero relembrar esta querida data,
Pelo contrário, quero deitá-la fora,
A ela e ao resto da escumalha!

Hoje dói-me a cabeça de desespero,
Não quero que invadas o meu pensamento
Deixa-me em paz, a mim e a meu sofrimento,
Que padecemos juntos em nossa sorte.

Que mau humor! Dizes tu plangente,
Pois se a mim me deixas-te só,
Esta é a tua paga – que paga sorridente.
Diverte-te então com outra gente.

Amanhã quando o cigarro se apagar
Já não quero nada, vou para o escuro.
Quanto a ti, não te preocupes comigo!
Aliás, sempre assim foi, porque havia de mudar?


Gonçalo Camões
9/11/2009

domingo, 8 de novembro de 2009

RELEMBRANDO

Amor faz hoje dois meses, dois meses de uma vida de 16 anos, talvez os melhores meses da minha vida :$ Podes pensar que é um exagero claro e que os meus sentimentos dizem coisas absurdas e muito ideológicas, pois para mim não o são, e se há coisa que a mim mais me apraz ès tu. Até quando choras ès bonita, apesar de gostar de te ver sempre com um sorriso estampado nesse teu semblante que a mim dá vontade de agarrar e roubar um ósculo puro de paixão. Simples e natural não é o nosso relacionamento, passamos por uma fase dificl por estarmos 'miles away', contudo amamo-nos e eu como prometido espero por ti, na esperança de alcançar o teu rosto, o teu toque, teu amor junto de mim. São dois meses de história, de momentos passados ao teu redor, quando estavas comigo tudo parecia um ápice, agora parece que nunca mais chega a hora de te mirar outra vez e dizer-te a simples, mas complexa palavra, AMO-TE. :$Fazer amor contigo é tão bonito, tão suave, tão feliz. Gosto tanto do peridodo entre os anos 20 e 40, têm as músicas mais bonitas de sempre não é verdade. Disses-te-me que não tinhamos uma música, pois eu já a tenho. 'i'll be seeing you' é a tua música, é a nossa música, porque eu vou estar sempre de olho em ti. Amo-te tanto, não te esqueças disso por favor, é a verdade... só te quero comigo, 'ficas comigo'? É tudo em ti meu amor, melhores dois meses de sempre. Amo-te, hoje, agora e amanhã. :$ 'Agora fica junto a mim enquanto ouvimos esta cançao do nosso amor.'

Gonçalo Camões
29/11/2008

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Leviano

Encontro-me sentado observando a álea por onde teu majestoso ser terá descido hoje. Que visão agradável com um suave e doce acre aprazível. O negro preencheu o céu e à minha vista apenas saltam os candeeiros de rua que iluminam a estrada composta por uma acentuada descida esteticamente encurralada entre dois prédios, um azul remodelado e outro amarelo. Que faço aqui em plena e soturna hora? Perguntas bem. Apanho o comboio.

Porque é que é tão inevitável passar aqui e não pensar em ti, embora aqui cesse todos os dias? Não sei! Talvez seja o meu escape para esquecer os problemas, uma forma de me sentir junto a ti, uma feição de sentir que certo dia fui amado. Talvez, quem sabe? – Quiçá uma maneira de evitar ir para casa, ver a minha cama, outrora composta por ti, vazia… ou simplesmente saber que não é o teu leito o local onde me deparo. Eventualmente, será ainda, uma maneira de não cogitar afincadamente nas horas passadas em redor do hospital, nas intermináveis e extenuantes aulas e ainda nos fatigantes projectos que integro.

Por ventura achar-me-ás obsessivo no que toca às minhas emoções em relação a ti. Enganas-te! Obsessivos outros o são, eu apenas penso na tua pessoa, da qual, pelos vistos, o meu ser não é digno.

Ironias do destino. O comboio encontra-se numa paragem, mas, no entanto, diz o nome de outra. Fascinante! Alguém tenta deprimir-me colocando repetidamente o nome do teu local de habitação nas informações do comboio. Será um “Deja Vu”? Bem, irei focar o meu olhar noutras matérias sem relevo.

Estou a chegar ao meu local de destino. Pessoas virão para me distrair. Sendo assim, até uma próxima, o comboio efectuou a sua última paragem.

Gonçalo Camões

5/11/2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Pensamentos

Mais um dia sem efeito, em que a alma e o corpo estão separados e o coração não vê, está cego. E qual a razão de promíscua cegueira? Não sei.
A literatura é uma arma de escrita poderosa, em que o redactor tem a possibilidade de exprimir os seus sentimentos, ideais, a sua caracterização enquanto ser e até imortalizar a sua pessoa. Porque razão ultimamente sinto que esta é a minha melhor amiga? Não é que me sinta mal hoje, pelo contrário, pareceu que tudo correu como planeado hoje, como uma lufada de ar fresco. De qualquer forma, nada de novo surgiu, e os meus actos continuam a ser exaltados pelo passado, pela reminiscência, pela memória. Sendo assim que ando aqui a fazer?
Passei hoje por textos e palavras de um ser que outrora me foi querido, li um dos seus desabafos e pensei “Que raio!? Mas como é que estando ela tão distante se sente como eu?”. Julguei estar a perder a esperança, aquilatei que o meu decisivo baque se aproximava, e no fim fui defrontar a fé onde menos a esperava! A vida acaba por ser feita de surpresas, não é verdade?
Num espaço de um ano apartei-me dos que mais amava, isolei-me, conjecturava em males profanos dos quais em tempos antigos se julgavam ser a salvação dos pecadores, droguei-me em “Prozac”, apoiando-me em “Socian”, seguindo as pausas destes com um queridíssimo e amistoso cigarro, claro nunca esquecendo a minha proposta mais agradável de todas, o meu leito suave e acolhedor das lágrimas da minha face. E que ganhei com isso? Não sei! Provavelmente nada, ou melhor, perdi um ano da minha vida, que já não volto a ganhar, pois quando a morte chega não lhe interessa essa passagem, pois essa tem um serviço a cumprir como qualquer trabalhador honesto, e a morte é honesta.
Que ricas escolhas! Será que sou daqueles seres casmurros em que a primeira queda não lhe chega? Fantástico! Como diria um querido amigo meu.
Às vezes julgamos que aqueles que diziam estar lá para nós e, que afirmavam que nunca nos iriam magoar são verdadeiros, mas depois caímos na realidade e percebemos que para estes somos apenas algo do passado, uma memória esquecida, e ficamos sós. - Tu deixaste-me só, mesmo no fim não cumpriste a tua promessa. É um factor real com o qual eu aprendo a viver, ou melhor eu adapto-me, como sempre disse adaptar-me, porque simplesmente eu sou assim… obviamente cometi erros, mas para ti eu pareço ser o maior deles. – Acontece!? Será sempre assim?
São só mais injurias minhas às quais não recebo resposta, sobre as quais ninguém suscita interesse! Será esta a minha triste realidade?
Gonçalo Camões
4/11/2009

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Frustração

Olá amigo… hoje sinto-me frustrado, cogitante nos meus objectivos de vida e em ti. Não sei a que ponto cheguei, a que margem de erro irei eu proceder, ou talvez, até, quem sabe, sucumbir. Sinto saudades tuas sabes? Difícil de acreditar que depois de tanto tempo, ou tão pouco, depende do contexto de cada um, ainda padece de uma doença tal por ti, maior até talvez que o meu ser, se bem que esse tem um ego pequeno.
Uma simples conversa com a figura paternal incutida no universo familiar, levou-me a falar sobre ti… árduo de esquecer! Cheguei a uma conclusão, passo a explicitar-ta.
Sou um ser falhado, guiado pelas minhas inseguranças, pelos meus passos em falso, pelas minhas constantes quedas, das quais me levanto, e que no fim de contas, como um inócuo néscio, volto a cair. Acima de tudo sou deveras pouco sensato por não aprender com os meus erros. De certo poderia tratar-se de um equívoco, mas não, é pura realidade.
Diz-me esta utopia pela qual eu tanto anseio, e na qual tu te inseres, é o quê? Nem tu provavelmente me saberás responder!
O mais irónico desta situação é que não me sinto melhor, nem pior do que há uns meses atrás, vou arrastando a minha vida, abafando o meu Lucky Strike, conhecendo gente que não me completa e vou olhando pela janela, como um comboio que parte em direcção ao escuro, vendo-te desaparecer lentamente, ou então sou eu… sou eu quem desaparece lentamente.
A minha existência fragmenta-se, de certo, um paradigma de uma pedra quando embate num vidro, vai-se reduzindo ficando cada vez mais pequenina, estilhaçada… e no meio de tudo isto, afinal onde fica o verdadeiro “Eu”? Que parte dele sobra? Levaste-me aquilo que eu mais de poderoso e ambíguo tinha… tu.
Agora olho para os outros, vejo a sua felicidade, mas eu não alcanço a minha, o último resto dela partiu contigo. Desejava não evocar esses sentimentos, esquece-los de certa forma, porque agora ao teu olhar, eu pareço um estranho, algo que te faz parte da memória, mas a quem o passado remanesce presente, embora ofuscante. Enxergo os outros lutarem pelo que querem, vejo-te a ti, mas estou cego. Basicamente fito a vida dos outros e não vejo a minha. Quem sou eu afinal? Que faço aqui? Que papel tiveste tu na minha vida?
Contemplo o teu rosto, essa face esculpida ao pormenor, esse sorriso que contagia qualquer pessoa que se encontre na mesma sala que tu, mas este vai-se desvanecendo, porque faz apenas parte da minha memória, e essa tem rédea curta.
Sou um ser a quem a vida passa ao lado e que vive na tua sombra. Será esse o meu “eu”?

Gonçalo Camões
3/11/2009