segunda-feira, 31 de maio de 2010

Fighter.


Escrevo na varanda, o meu quarto está uma confusão para eu me conseguir concentrar nas minhas ideias. Não funciono bem em ambientes desarrumados.
Estou farto que me digam o que eu devo fazer, por uma vez na vida hei-de seguir as minhas emoções, hei-de envergar pelos caminhos que a vida me disponibiliza, já chega. Sinto-me tão pressionado, ninguém compreende a carga que se abala sobre os meus ombros e o pior é que as dores já passaram a ser físicas, o meu corpo começa a não aguentar, provavelmente sou demasiado fraco ou os anos de desgaste emocional lançaram-me numa constante metamorfose anatómica. Tenho tanta coisa contra mim, tantas pessoas, tantas barreiras... é arduo destrui-las, mandá-las abaixo ou simplesmente ultrapassá-las, no entanto não me parece que vá desistir, não quero desistir, já chego de dizer que vou lutar pelo que quero e ficar parado!
Eu sei que os meus actos, para alguns, podem ter consequências graves no futuro, podem ferir sentimentos, mas eu sei o que quero, sei aquilo que me causa um ardente desejo, um acre amar.
Agarrei as rédeas da minha vida e já não as largo! Desculpem-me os que tiverem o azar de se meter à minha frente.

Gonçalo Camões
31/05/2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Love Letter.


Amor foi mais um dia evocado pelas irreverências do meu ser. Reflecti momentos e passagens da minha vida conjunta contigo e cheguei à conclusão de que não preciso que digas que me amas. Amar é um sentimento tão forte, tão bonito e tão questionável, mas sabes, no meu íntimo, eu sei que me amas e não preciso que me o profiras, porque basta-me olhar para os teus olhos e para o teu sorriso para saber que o teu bem-querer por mim é mais forte que o bater do coração. Estou tão apaixonado por ti e sinto deveras a tua falta, essencialmente dos teus lábios que, cogitam minhas emoções e me fazem ansiar por te ter. Discutimos ontem, mas sabes não importa… são actos que acontecem e depois se varrem para o lixo e aprendemos com eles, porque nos fazem pensar se estamos a agir de forma correcta.Ter-te perto, tão perto de mim, sentir a tua respiração, tocar nos teus cabelos, na tua face, sentir teus ósculos de puro sentimento, envolver-te em mim, sentir-te… ai! Não há nada com que mais sonhe do que com esse sentimento, tão puro, tão nobre e tão forte que é amar-te! Sonho contigo continuamente, tendo-te junto de mim no meu leito, abraçados em pleno estado de felicidade. Julgas-me por feliz? Embusteaste! O meu sorriso é uma farsa, rodeada pela ventura que a mim não me pertence, mas sim aos outros, seres meus amigos, que assim me tentam a ser ditoso, mas um mal errante perfura essas emoções, um mal do qual não me quero livrar, porque me traz contentamento ao mesmo tempo. Dói e sorriu-o para os outros, saio com eles para mostrar que está tudo bem comigo e que contínuo a ser o mesmo, porque não quero ouvir as perguntas «Que é que se passa? Que tens?», só há algo que faz desmoronar este muro que me protege destas perguntas «então e a pessoa que amas?»... ai a minha barreira cai como o Muro de Berlim e eu trago às minhas emoções o choro e a dor, a minha farsa fica desobstruída. Não me importa se dói, se choro, se estou triste e não o demonstro… a felicidade vem pelo facto de ter-te e de saber que o teu amor por mim prevalece. Não quero que duvides disso, independentemente dos meus actos, continuo a amar-te eternamente, sempre esperando por ti tal como te prometi...

Gonçalo Camões

14/12/2008

domingo, 16 de maio de 2010

Brincadeiras de Criança.


As flores balançavam ao som do vento, evidenciando um manto de cores Primaveril. Sentei-me numa colina a observar aquelas plantas que se moviam como se o Ray Charles ali estivesse a cantar para elas. Era eu em criança. Tudo me parecia igual, excepto o facto de que haviam passado dezoito anos desde o meu nascimento e eu estava sozinho naquele lugar onde, em outros tempos, gente se sentou comigo.
Por ventura vi a minha vida a passar pouco a pouco, enquanto o cheiro campestre purificava os meus sentidos.
Só existia eu e o mundo!

Gonçalo Camões
16/05/2010

domingo, 9 de maio de 2010

Abraço da Fúria.


Já chorei! Já gritei! Mentira, não consigo chorar, não consigo libertar a raiva que há em mim, por mais que o meu corpo solte urros, este não quer evocar a paz. Apetece-me ser Camões e ficar desafortundado... Não! Não farão de mim um asno, não deixo, não vou sofrer, vou tomar ar rédeas da minha vida.
Díspar, egoísta, cínico... chamem-me o que quiserem, pouco me importa... se quiserem vão até mais longe e bravateiem que aniquilam uma mesa com o meu crânio, só vos digo que a paga é a mesma.
Pouco tenho a dizer, só quero libertar-me desta ira que me envolve, só quero poder dormir descansado. Vamos ver se a literatura me ajuda a ficar livre, ela pelo menos não parece acusar-me, aparenta conhecer-me bem. Que cólera!
Hoje não me digam nada, que a fúria que me consome mata.
Agora mostro ao mundo o meu olhar triste, amargurado, sofrido, porque a dor que se abate sobre mim provem da incompreensão, de insistência de outros seres para que reformule a minha pessoa mais uma vez, mas não vai ser assim, eu não deixo!
Vou continuar a sonhar, pode ser que algum dia a dita bata à porta.
Até amanhã, a fúria já me abraçou...

Gonçalo Camões
9/05/2010

sábado, 8 de maio de 2010

Disparidades.


Estou aqui apartado de mim cogitante, mais uma vez, em teses que preferia queimar. Encontro-me deprimido? Sim, óbvio. Na solidão vagueio escrevendo em baixa luz, porque não consigo enfrentar um clarão dilacerante.
Tenho as ideias baralhadas e, por mais que tente, elas carcomem-me os sentidos. Triste e desafortunado como as origens do meu nome.
Gostava de ser diferente às vezes, poder ver o mundo com um sentido pouco apurado, um sentido que não me contundi-se, que não me desferi-se contra a corrupção amorosa. Tem de ser severo o comportamento humano?
Lá venho eu com as minhas contrariedades, porque o meu mundo é preto e branco e a fotografia em "black&white" mostra melhor o pormenor ou então esconde as nossas mágoas. E a minha vida é como a fotografia a preto e branco, tem momentos de disparidade.
Que raio! Apetece-me gritar, apetece-me chorar, apetece-me ficar sozinho... Mentira! Sozinho já eu estou. Porque é que a vontade de sofrer de tais acções se evoca em mim? O ser humano já não tem respeito pela condição humana, perdeu a consideração por mim e eu calei-me. Se calhar não sou assim tão forte e corajoso, porque enfio-me sempre na minha concha quando avisto o sinal perigo, embora muitas vezes vá contra ele. Nem sei porque tento... (deixem-me usar uma palavra que está tanto na moda), nem sei porque tento esmiuçar o meu ser.
Desisti de tentar por hoje que vejam a beleza que há em mim, não me vou esforçar, não vou enaltecer o ego de alguém ao rebaixar-me.
Bebo agora um último trago de água, vou dormir.

Gonçalo Camões
8/05/2010

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Carta a uma Amiga.


Hoje esqueci a minha identidade! Só me interessas tu, este desabafo é dirigido a ti meu amor e visa as minhas preocupações a teu respeito.
A nossa relação começou quando alguém "teimou" que o carro se encontrava estacionado no parque verde, enquanto uns afirmavam que o seu local de aparcamento era na zona laranja. Bem não interessa, estávamos em 2006 e desde ai que tu me tens acompanhado por boas e más fases e algo que sempre suscitou felicidade em mim foi ver-te sorrir. Juntos demos a mão e ultrapassamos os piores horrores que a vida nos proporcionou. Tão poucos anos e tanto que já vivemos juntos.
Não se pode bem dizer que sejamos amigos, eu considero que somos mais irmãos, não somos do mesmo sangue, mas é como se comporta-se-mos o mesmo ADN. Tu fazes parte de mim, é um cliché, mas é verdade, porque é um sentimento que nem o mais cépticos dos cépticos conseguiria destruir.
Tu sempre foste a senhora sorriso e não há rapaz que te resista, eles ficam logo presos por essa tua liberdade, esse teu pensamento desprendido, essa tua energia, esse teu lutar pela vida... dás-me na cabeça, mas não me importo, sei que no fundo tens razão (confissão). Eu não gosto de chorar, não me sinto à vontade com muita gente para tal, mas não me importo de verter lágrimas no teu colo, pelo menos apreendo que são bem entregues. A nossa relação é tão intensa, a meu ver, que acho que já nem te importas com as minhas flatulências, acaba por ser um momento de partilha, não é verdade? (ri-me)
Agora vêm as minhas preocupações... perdeste o sorriso! Eu sei que tu estás triste, mas não te quero ver assim, quero apoiar-te, dar a mão como faziamos antes como tu ainda hoje me deste. Deixas-me ajudar a recuperar o teu sorriso?
Esqueci-me de uma coisa, vou-te fazer mais uma confissão. Sabes que me acalentas quando cantas para mim? A tua voz é tão bonita. Sinto-me como um bebé no colo materno, embora eu não saiba bem o que é isso, sinto que a sensação é próxima, eventualmente será idêntica. A forma como as tuas mãos desenrolam o piano transmite-me paz. As notas que dele provêm são tão pacíficas e adjuntas à tua melodia vocal deixam-me num estado de nirvana. Ainda agora quando o meu pai nos trazia a casa, a tua voz sobrepôs a canção na rádio e eu escutei-te no silêncio, hoje sei que vou dormir bem.
Sabes do que me lembrei agora? Nós no Alentejo, aquele que eu tanto preso, a vir do monte a observar as estrelas no céu crepuscular, enquanto na rádio tocava «let it rain», começaste a cantar com a Amanda Marshall e eu levava os pés descalços em cima da porta do carro, olhei para ti, sorriste-me e o meu olhar iluminou-se... foi tão bonito, parecia um filme e estava tudo tão calmo.
Tudo para te dizer... Amo-te, queres final mais bonito que este? Não percas o teu sorriso, não desistas, eu também não deixarei o meu cair em amarelo, desde que demos as mãos.

Amo-te Carolina Agostinho Botelho de Sousa.

Com muito amor...

Gonçalo Camões
5/5/2010

P.S.
Ouve a minhas inspiration. :$

terça-feira, 4 de maio de 2010

Cativo.


Mais um dia em que percorri as ruas... sem propósito. As pessoas olham para mim, mas pouco me importa, acho que já passei a fase da "mania da perseguição". Há bem pior que eu! Eu vou reflectindo, é algo que faço diariamente, penso demais.
O que me dá mais raiva é eu planear a minha vida, tentar lutar pelo que quero, mas no final quando estou perto do meu objectivo desisto! Porquê? Apenas sei que quando tal ocorre sinto-me um inútil.
Fico preso num ponto, mas não me domesticam. Eu não mudo, sou como sou, exacerbadamente dissemelhante. Mais uma vez fico a pensar que ninguém está preparado para mim, simplesmente porque eu não faço tenções de reformular a minha pessoa, pelo menos no âmago das minhas emoções.
O Homem é um ser frágil, fácil de atormentar e eu não gosto de o atingir, de o ferir, contudo, por vezes, acontece e peço desculpa por isso, mas não me tentem mudar, assim perderia a minha essência.
Por esta altura já deviam entender que eu sou como a água, tenho correntes. Alguns fazem julgamentos a meu respeito, posso apenas defender-me afirmando que deviam tentar conhecer-me em vez de me aquilatarem.
Estou cativo nesta pessoa, neste corpo selvagem, revestido em tais sentimentos e não desgosto.
Para a próxima vez que agarrerem num cigarro e me examinarem ao promenor, não procurem conhecer-me pelo meu aspecto, falem comigo! Aí terão toda a liberdade de me fazerem um julgamento.

Gonçalo Camões
4/05/2010