quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ensaio do Ridiculo!


Poucas horas de sono me restavam... estava acordado desde as sete da manhã e tinha acabado por adormecer, nessa noite, o relógio já batia as cinco horas e meia da madrugada. Chegava a tarde após as aulas e, no meu pensamento, só surgia a questão «quando chego a casa para dormir»?
E lá estava eu, sentado no comboio, aguardando ansiosamente a sua partida. Durante todas as horas em que me mantive a pé fui assolado por uma interminável afluente de emoções, pois a minha pequena máquina que faz funcionar o corpo começava a bater. Meu Deus! Que sentimento horrível asqueroso me vem aí, logo agora que o meu ser tinha encontrado a quietude, batem-lhe à porta. Desgraçado!
Não obstante aos factos, diga-se de passagem, já há algum tempo que este sente falta de companhia e, por isso mesmo, dorme todas as noites agarrado a um estúpido boneco ridiculamente gigante, que para além de não fazer companhia nenhuma é super desconfortável gerando-me uma terrível dor de costas matinal. Ridiculo!
Nesta ostentação de poucas horas de sono há que acrescentar o trabalho, razão pela qual o direito a dormir se tornou num privilégio.
A agravar à questão do sentir-se só e do cupído querer andar a fazer das suas, acrescem as cuecas do desgraçado que pelos vistos já têm dificuldades em manter-se quietas no sitio. Ridiculo!
Nesta parafrenália toda lá fica o desgraçado escrevendo no comboio, enquanto os pés já gritam para que sejam retirados da prisão que o homem inventou, as botas! E mais não se diz. Saiu na próxima paragem. Vou dormir. Até já. Ridiculo!

Gonçalo Camões
13/10/2010

P.S.
texto mais ridiculo que escrevi até hoje.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Discurso do Céptico


São horas... são horas que o comboio passa e a minha vida estagna, fico sentado naquele momento e vejo a vida correr em frames nas promessas perdidas que ao longo do tempo me vêm fazendo, em vez disso tentam apartar-me aos poucos e poucos, às vezes, fazendo uma tentativa mais abrupta, apartando-me daquilo que eu gosto ou das coisas pelas quais me perco. Ai! Estou cansado, saturado, normal nas horas que já correm e tudo é tão vago, o meu pensamento é vago, o desassossego é vago, a discórdia é vaga, o colóquio das palavras é vago, a interrupção é vaga... Ai!
Suspiro, vou puxar do cigarro, pelo menos esse vicio não tentam eles afrontar, dá-me paz, embora eu saiba ao mesmo tempo as consequências que este deixa na anatomia deste pobre ser... Ui! Ai que já me estou a vitimizar, como diria o outro. Reflecte desgraçado que a tua alma está só, embora tenhas a tua irmã no outro quarto e uns quantos idiotas a gritarem na rua, devem estar alcoolizados, neste momento preferia juntar-me a eles!
A vida até que não é má, muitos afirmam que o é, mas afinal o que é que há para além dela? Já alguém experimentou outra? Poupem-me os dogmatismos e a ressureição! Idiotas!
Idiotas tantos o são, passam a vida a meter-se na vida que lhes é alheia, olham para o umbigo dos outros e não vêm a merda que o são. Idiotas!
E então? Não podemos dizer: "Viva os Homossexuais!, Viva a Emancipação das Mulheres!, Viva a Emigração Ilegal, Somos todos cidadãos do Mundo!" Uhm... desgraçados os preconceituosos, Idiotas!
Falam de terroristas... terroristas somos todos, matamos nem que seja com ciúme e ódio, petrificamos com o olhar, apontamos o dedo ao outro, sem antes o apontarmos a nós! Ah... mas não me julguem por perfeito, a carapuça serve a todos, incluindo a mim.
Quanto a mim... ver-me-ão deambular por aí... Idiotas!

Gonçalo Camões
6/10/2010