quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

L.O.V.E.


Vaguei-o pelos caminhos d'outrora, serei eu mesmo... vejo-me a perder os sentidos, procuro por ti, mas cada vez te sinto mais distante.
Vinte Invernos são cada vez mais próximos, um natal é passado, e num ano tudo mudou, sabes amor? Sinto-nos a cair na rotina, sinto-te a desfalecer aos poucos de mim, como se o tempo nos tivesse atacado. Na realidade hoje estou triste e o que se torna ardúo é que não me posso dirigir a ti. Exitem alturas em que as palavras que temos para dizer uns aos outros se perdem ou são extremamente dificeis de exprimir. Acreditas?
Há um ano atrás eu era apenas um jovem, com uma indole perdida na imaturidade, agora vejo o mundo dos adultos a abraçar-me e que feio que ele é! Porque estás tão longe. É esta a monotonia que tanto proferem ou simplesmente esse olhar já não vê o mesmo em mim?
Sinto-me diferente, cheio de responsabilidades, cheios de questões a necessitar de ponderação, no entanto, não há dia em que não cogite em ti como uma prioridade, pequenas coisas, sair do trabalho, ir às compras ao supermercado, fazer o jantar, manter as coisas limpas e organizadas de modo a que possas descansar, mas parece que nada compensa, às vezes sinto-me só... olho para os outros, vejo a forma como te fazem sorrir, e eu nunca te arranco uma gargalhada, observo-te a evocares memórias e a partilhares com outros, ou simplesmente a forma com que tu falas facilmente com eles e fico no meu canto à espera que te dirijas a mim, mas não entendo porquê raramento acontece. Esta semana foi horrivelmente complicada, senti que embora estando tu em casa, nunca estavas presente, e eu sempre a tentar agradar-te, mas tu nunca viravas as atenções para mim, tenho medo o que se passa connosco?
Tenho saudades tuas, saudades de quem lutava por mim, saudades do teu eu espontâneo, de me surpreenderes, de abdicares dos outros para me dares atenção, preciso de ti, sinto-me a abdicar de tudo e todos para me sentir ignorado. Desculpa se te magoo, mas quero-te de volta, nem consigo escrever...

Gonçalo Camões
18/01/2012