sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Tempo.


Passam tempos em que o tempo a mim nada me diz e fico estático observando o seu temperamento e aquilo que ele vai moldando, criando, aperfeiçoando e dando vida. Sentado no banco da cozinha, fumando um cigarro passivamente, dou por mim a ver as horas passar num fio eloquente.
Meses antes estaria eu numa vida pouco sóbria, boémia, pouco dada a responsabilidades e muito pouco realista, agora observo-me e reflicto sobre cada particula do meu ser.
Existem alturas em que estamos sós, em que estamos rodeados de pessoas, mas que essas pessoas apenas nos transmitem solidão, agora sinto-me seguro, abraçado por quem me deseja, me acolhe e me dá conforto, me dá força e vontade de lutar pelos meus sonhos, por aquela quimera que em tempos começou a desvanecer do meu pensamento.
Pouco tenho feito, o tempo é algo precioso ao qual muitas vezes não tomamos a devida atenção, escassas palavras me têm fluido, escassos são os momentos em que pondero sobre questões que até então me tinham sido pertinentes. São gestos que mudam, afeições que me fazem voltar a recriar o que antes senti, o que estava sepultado, aquilo que estava perdido.
Faltava-me amor, faltava-me o que me fazia vir ao de cima, estava desprovido de qualquer vontade, tudo mudou, regenerou-me.
É quase irónico o quanto um ser pode fazer por nós, quanta atitude nos pode ser incutida, é tudo tão relevante e por vezes nem da-mos por isso, esquecemos ou não se dá aso as acções, não cogitamos sobre tais questões.
Hoje estou feliz, nesta persuasiva perspectiva em que o bem-querer renasce e nos dá alento.
Obrigado.

Gonçalo Camões
2/9/2011

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