Nunca
pensei que me fosse magoar tanto... sinto-me sozinho, tão só como nunca antes.
Há uns meses atrás acreditei em tudo aquilo que era o meu ideal, agora sinto-o
deitado no lixo. Porquê? Que tenho eu de errado que tudo foge de mim por mais
que eu me esforce. Sinto-me feito em
pedaços como se tudo aquilo pelo qual eu lutei se tivesse quebrado com apenas
um toque. Expus-me, dei de mim, deixei conhecer, ofereci-me, falei sobre aquilo
que me inquieta no meu passado, todas as batalhas que ganhei, todo o mal que
surgiu em mim e agora onde estão as forças que tive nessas alturas. Só me
apetece escrever no escuro, onde estou sozinho, numa penumbra e numa dor que
não passa, de cinco em cinco minutos as lágrimas correm, porque é que eu mereço
isto?
Tudo aquilo que eu menos queria na
vida era ser igual a outros que me puseram aqui, que me trouxeram ao mundo e
cada vez me sinto mais parecido com eles, até na forma como reajo, será que não
sei mostrar o que quero? Porque é que eu me dou demais, nunca merecem que eu me
dê! Quero desaparecer, seria mais fácil, pelo menos escrever acalma-me, posso
dizer tudo o que sinto, sem ser criticado, julgado, sem achar que exagero,
deixem-me, estou a sofrer e quando é o coração que o dita pouco podemos fazer,
só esperar que passe, ai mas a dor é tão forte, quase parece que não vamos
sobreviver. Porque deixaste de me amar?
Olho para trás, para quando correste
por mim, não tiveste medo de me perder nessa altura? Não sentiste a minha
falta? Porque é que quando me tens te fartas? Eu não sou um objecto.
Dói tanto, dói tanto que o teu
bem-querer por mim se tenha desvanecido, mesmo depois de eu dar tudo o que
tenho pela segunda vez. Só quero chorar. Eu já sei como a história acaba.
Contos de fada são mentiras que nos
contam em crianças para nós pensarmos que o mundo é algo agradável, bom, então
porque é que os adultos o complicam tanto. De que vale acreditarmos no amor?
Quando acaba dói mais do que dois anos de amor, porquê? Parece que nos espetam
uma faca no coração e vão torcendo e torcendo até torturar e morrer mos
lentamente.
Só queria que tudo voltasse ao normal,
mas cada vez parece mais distante.
Gonçalo Camões
19/02/2012
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