terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Janela

Acordei de um sonho. Prostrado sobre a janela sustive a minha respiração, enquanto meu corpo assim permitiu, expulsando num único bafo fugaz o ar dos meus pulmões. Alívio!
O meu sonho abatia-se com a realidade. Lá fora observava a geada que caíra durante a noite...

Desejava eu, mais que tudo, começar a minha exposição com estas frases reflectidas... simplesmente aqui não encontro fidelidade, apenas quimera. Preciso de me exprimir sinceramente.
Passo por tempos difíceis e por mais que queira falar abertamente com alguém sobre tais cogitações, não me sinto à vontade para tal.
O meu ser que, até, ultimamente se tentava elevar, decidiu deitar foras as armas e envergar-se no escuro. Abominante! Por mais que queira acabo sempre por voltar ao mesmo ponto... posição fetal! Confuso? Capaz, mas não tenho tensões de fazer sentido, estes desabafos são apenas confinados à minha pessoa, escrever é apenas a forma de os libertar.
Ora acabei por constatar que a chuva me deprime e me dá um sentido produtivo sobre o qual não fruo controlo, levando-me por sua vez a evocar questões ou princípios básicos da minha existência que até agora me têm alterado o comportamento, o desejo, o sentido da vida ou até mesmo qual o meu papel. Matérias sobre as quais já várias vezes me debati, sempre sem resposta, quer dizer, quase sempre sem resposta. A primeira é simples, pelo menos já apreendi que sou pessoa que não gosta de estar sozinha... sozinha no sentido afectivo, emocional, romântico até se quiserem, o que me leva inequivocamente à busca obstinada por um ideal
amoroso, referindo-me obviamente a uma pessoa num sentido figurado. Espantoso! Melhor que isto é saber que esta é também a razão pela qual giro a minha
vida! Desde já vos digo que não é a melhor coisa a fazer... contudo e ridiculamente funciono assim. Consequência: às vezes bate forte e dói, ou seja, como se diria em bom português, sai o tiro pela culatra! Pelo menos agora não tenho de me preocupar, a janela está fechada e sinto-me bem! Metáfora!
Se usufruo de tal sensação neste momento, então que me apoquenta? Cordialmente não faço a mais pequena ideia, mas uma coisa está sempre conectada à outra, o psicológico com o físico e vice-versa.
Gostava de saber! Apesar disso não me apetece revelar mais sobre mim hoje, ficará para outro dia, estou cansado, vou dormir.

Gonçalo Camões
15/12/2009

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