quarta-feira, 5 de maio de 2010

Carta a uma Amiga.


Hoje esqueci a minha identidade! Só me interessas tu, este desabafo é dirigido a ti meu amor e visa as minhas preocupações a teu respeito.
A nossa relação começou quando alguém "teimou" que o carro se encontrava estacionado no parque verde, enquanto uns afirmavam que o seu local de aparcamento era na zona laranja. Bem não interessa, estávamos em 2006 e desde ai que tu me tens acompanhado por boas e más fases e algo que sempre suscitou felicidade em mim foi ver-te sorrir. Juntos demos a mão e ultrapassamos os piores horrores que a vida nos proporcionou. Tão poucos anos e tanto que já vivemos juntos.
Não se pode bem dizer que sejamos amigos, eu considero que somos mais irmãos, não somos do mesmo sangue, mas é como se comporta-se-mos o mesmo ADN. Tu fazes parte de mim, é um cliché, mas é verdade, porque é um sentimento que nem o mais cépticos dos cépticos conseguiria destruir.
Tu sempre foste a senhora sorriso e não há rapaz que te resista, eles ficam logo presos por essa tua liberdade, esse teu pensamento desprendido, essa tua energia, esse teu lutar pela vida... dás-me na cabeça, mas não me importo, sei que no fundo tens razão (confissão). Eu não gosto de chorar, não me sinto à vontade com muita gente para tal, mas não me importo de verter lágrimas no teu colo, pelo menos apreendo que são bem entregues. A nossa relação é tão intensa, a meu ver, que acho que já nem te importas com as minhas flatulências, acaba por ser um momento de partilha, não é verdade? (ri-me)
Agora vêm as minhas preocupações... perdeste o sorriso! Eu sei que tu estás triste, mas não te quero ver assim, quero apoiar-te, dar a mão como faziamos antes como tu ainda hoje me deste. Deixas-me ajudar a recuperar o teu sorriso?
Esqueci-me de uma coisa, vou-te fazer mais uma confissão. Sabes que me acalentas quando cantas para mim? A tua voz é tão bonita. Sinto-me como um bebé no colo materno, embora eu não saiba bem o que é isso, sinto que a sensação é próxima, eventualmente será idêntica. A forma como as tuas mãos desenrolam o piano transmite-me paz. As notas que dele provêm são tão pacíficas e adjuntas à tua melodia vocal deixam-me num estado de nirvana. Ainda agora quando o meu pai nos trazia a casa, a tua voz sobrepôs a canção na rádio e eu escutei-te no silêncio, hoje sei que vou dormir bem.
Sabes do que me lembrei agora? Nós no Alentejo, aquele que eu tanto preso, a vir do monte a observar as estrelas no céu crepuscular, enquanto na rádio tocava «let it rain», começaste a cantar com a Amanda Marshall e eu levava os pés descalços em cima da porta do carro, olhei para ti, sorriste-me e o meu olhar iluminou-se... foi tão bonito, parecia um filme e estava tudo tão calmo.
Tudo para te dizer... Amo-te, queres final mais bonito que este? Não percas o teu sorriso, não desistas, eu também não deixarei o meu cair em amarelo, desde que demos as mãos.

Amo-te Carolina Agostinho Botelho de Sousa.

Com muito amor...

Gonçalo Camões
5/5/2010

P.S.
Ouve a minhas inspiration. :$

4 comentários:

  1. Já tinha lido por alto algumas coisas tuas, mas desta vez decidi ler até ao fim e fiquei impressionada =) Adorei imenso !
    Vou manter o anonimato, mas digo-te que na 6ªf partilhas-te comigo e com outra pessoa que adoravas ver o ceu estrelado no alentejo e mais nao digo. =D
    Um beijinho *

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  2. Set The Fire To The Third Bar

    I find the map and draw a straight line
    Over rivers, farms, and state lines
    The distance from 'A' to where you'd be
    It's only finger-lengths that I see
    I touch the place where I'd find your face
    My finger in creases of distant dark places

    I hang my coat up in the first bar
    There is no peace that I've found so far
    The laughter penetrates my silence
    As drunken men find flaws in science

    Their words mostly noises
    Ghosts with just voices
    Your words in my memory
    Are like music to me

    I'm miles from where you are,
    I lay down on the cold ground
    I, I pray that something picks me up
    And sets me down in your warm arms

    After I have travelled so far
    We'd set the fire to the third bar
    We'd share each other like an island
    Until exhausted, close our eyelids
    And dreaming, pick up from
    The last place we left off
    Your soft skin is weeping
    A joy you can't keep in

    I'm miles from where you are,
    I lay down on the cold ground
    And I, I pray that something picks me up
    and sets me down in your warm arms

    I'm miles from where you are,
    I lay down on the cold ground
    and I, I pray that something picks me up
    and sets me down in your warm arms

    Gary Lightbody

    GB

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  3. É bom saber que tens alguem assim.
    bjs.

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