sábado, 8 de maio de 2010

Disparidades.


Estou aqui apartado de mim cogitante, mais uma vez, em teses que preferia queimar. Encontro-me deprimido? Sim, óbvio. Na solidão vagueio escrevendo em baixa luz, porque não consigo enfrentar um clarão dilacerante.
Tenho as ideias baralhadas e, por mais que tente, elas carcomem-me os sentidos. Triste e desafortunado como as origens do meu nome.
Gostava de ser diferente às vezes, poder ver o mundo com um sentido pouco apurado, um sentido que não me contundi-se, que não me desferi-se contra a corrupção amorosa. Tem de ser severo o comportamento humano?
Lá venho eu com as minhas contrariedades, porque o meu mundo é preto e branco e a fotografia em "black&white" mostra melhor o pormenor ou então esconde as nossas mágoas. E a minha vida é como a fotografia a preto e branco, tem momentos de disparidade.
Que raio! Apetece-me gritar, apetece-me chorar, apetece-me ficar sozinho... Mentira! Sozinho já eu estou. Porque é que a vontade de sofrer de tais acções se evoca em mim? O ser humano já não tem respeito pela condição humana, perdeu a consideração por mim e eu calei-me. Se calhar não sou assim tão forte e corajoso, porque enfio-me sempre na minha concha quando avisto o sinal perigo, embora muitas vezes vá contra ele. Nem sei porque tento... (deixem-me usar uma palavra que está tanto na moda), nem sei porque tento esmiuçar o meu ser.
Desisti de tentar por hoje que vejam a beleza que há em mim, não me vou esforçar, não vou enaltecer o ego de alguém ao rebaixar-me.
Bebo agora um último trago de água, vou dormir.

Gonçalo Camões
8/05/2010

1 comentário:

  1. Sempre que leio o teu blog da me vontade de te responder. (love the inspiration)

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