quinta-feira, 8 de abril de 2010

Nudity.


O meu corpo nu abraça a terra. Hoje sou diferente, hoje movi-me contra a maré. Exponho-me sem vergonha ao mundo.
Ora, aqui estou sentado, mais uma vez, um pouco fora do normal, a minha corrente sanguinea já bebeu um pouco mais do que devia, suscita-se o meu desejo por outro ser.
Do meu íntimo evoco-te, torno-te o âmago do meu pensamento, espero por ti em meu leito como faço todas as noites, mas tu nao apareces. Não interessa.
Volves o meu corpo todas as noites, nos meus sonhos, na atmosfera que me envolve entre os meus lençóis, acordo de manhã e mantenho-te no pensamento. Tens desejos sobre o meu corpo nu? Deseja-me, Ama-me!
Explica-me porque me deixas este anseio ordinário na cabeça cada vez que me proferes uma palavra? Será ordinário ou o bem-querer que nutro por ti torna-o numa aspiração amorosa?
Ei! Eu não sou fraco, gosto de pecar, dá piada à vida. Tu não me conheces, não como antigo «eu», sem problemas, mas será que me desejarias de outra maneira? Cogito nestas hipóteses, mas pouco me interessa a resposta.
Tenta um bocadinho, talvez decifres os anelos do meu coração... nunca se sabe comigo.
Hoje sou diferente de ontem, não me perguntes porquê, não estou no melhor estado para te responder a tal. Deseja-me, Ama-me!
Dá-me prazer, mostra-me como se faz, envolve-me em ti, não me largues, eu já sou teu!
Hoje estou filosófico na minha mente, é daqueles dias que ninguém me suporta. Queres tentar?
Vou olhar o céu, ver as suas estrelas brilhando, apresentando-me como um sacrifício, abraçando-o, tornando-me seu amado, formando um. Deseja-me, Ama-me!
Fica aqui o meu corpo nu, esperando por ti, será hoje o dia...?

Gonçalo Camões
9/04/2010

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