domingo, 28 de março de 2010

Dependência Mundana.


Acho uma piada às coisas que descubro. Venho para o meu canto, exilar-me de Lisboa, que diga-se de passagem só faz mal às pessoas, pelo menos é o meu ponto de vista.
Cheguei ao Alentejo à três dias, vim para a terra dos meus avós trabalhar num bar pela segunda vez, e estou perplexo.
No outro dia, enquanto fazia a pausa para o meu cigarro, um indíviduo chegou-se ao pé de mim, meteu conversa. Mal a sua boca se abriu para proferir uma palavra os meus ouvidos perguntaram-se se o que ouviam era credivel. Infiltrado naquela cadeira, aquele ser começou a falar-me de drogas perguntando-me se eu sabia o preço de pastilhas em Lisboa. Meus amigos, podem pensar muita coisa de mim, mas dispenso drogas. Para droga a mim já me chega os meus cigarros e eventualmente alcóol ao fim-de-semana! LSD's, MD's ou pastilhas são mesmo algo que dispenso e não está na minha lista de vicios. Como se isto não fosse pouco OFERECEU-ME! Santa paciência! Recusei. Depois disto a conversa mudou de rumo e a prostituição entrou em acção. Perguntou-me se eu estaria interessado em ir a uma casa de prostituição, referindo-me os "bons" serviços que mulheres lá prestam! Recusei. Isto deixa-me a pensar... julgo que há pessoas piores em Lisboa, julgo que Lisboa é que faz mal às pessoas, idealizo a terra dos meus avós, mas chego aqui e a porcaria é toda a mesma.
Apesar de tudo, isto é um refúgio, fora da agitação que ocorre em Lisboa. Sinto-me bem, sinto-me livre, sinto-me solto, apenas com algumas saudades de uns e do mimo que me dão. Aquele abraço, aquele deitar de cabeça no peito, isso sim faz-me falta.
Nem tudo pode ser perfeito, mas chego à conclusão que sinto-me melhor aqui, embora não consiga viver sem Lisboa.
A vida aqui das pessoas é diferente, a maioria trabalha na câmara municipal, em construcção, jardinagem, limpeza de ruas, trabalho de campo. Ñão há grandes empreendimentos, mas as pessoas são felizes e descartam todo o tipo de luxo, cingem-se ao necessário, são simples e aproveitam mais a vida que os alfacinhas!
Agora vou descansar desta agitação numa aldeia "pacata", amanhã trabalha-se.

Gonçalo Camões
30.03.2010

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